terça-feira, abril 06, 2004

Fim de tarde na cidade.
Sol e multidão.
Frio.
Lenine nos ouvidos:
“É mais alem...”

Ainda me oprime
Estar entre estes humanos,
Testemunhas das minhas quedas,
Mesmo que não saibam.

Caminho entre espelhos,
Que mostram sempre o mesmo.

Só quis ser andorinha
E sobrevoar toda essa dor.

Desterro - 28 de Junho de 2002



Medo e raiva.
Raiva e medo.
Duplinha eficiente.

Nem lembranças.
Nunca aconteceu.
Sofrer por que?

A noite vai em frente.
Sempre será assim.

Medo e raiva.
Raiva e segredo.
Trio fatal.

Estrebucha coração.

Desterro - 28 de Junho de 2002








Vai mulher, anda.
Carrega esta cesta cheia de espinhos
Pra bem longe daqui.

Onde foi que vi
iguarias e bom vinho?

Quem éramos, hipnotizadora,
quando fui me perder no teu olhar?

Despertar.

A dura lucidez destes dias,
parece que ainda vai me fazer desaparecer,
sob as águas.

Essa dor.

Esquecerei?
Melhor,
não terá mais importância.

Só não queria errar de novo.
Cair no mesmo velho truque da mulher-problema.

Que mudasse
ao menos:
o cenário,
o figurino,
ou o palhaço.

Desterro - 28 de Junho de 2002

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