terça-feira, abril 06, 2004

De: "niloneto"
PARA: "priscamp"
Assunto: Fim
Data: Quarta-feira, 19 de Junho de 2002 00:09

Se eu te pudesse dizer
O que nunca te direi,
Tu terias que entender
Aquilo que nem eu sei

Fernando Pessoa


Pois assim, sigo caminhando,
sobre um fio que não vejo,
tentando dar sentido
a um velho meu desejo.

Tem dias que sinto tão próxima,
que quase te posso tocar.
Em, outros, saudade sólida,
despositada nesse mesmo altar.

Vens dizer-me, a mim que tenho a atenção
sempre redobrada,
não somos jamais os mesmos,
trilhando uma outra estrada.

Urgia, que me dissesses,
célere e sem titubeio,
se bate apascentado,
o que repousa sob teu alvo seio.

Nesses dias de alguma solidão, se desejada,
para que eu soubesse meu lugar.
Ou se não, espalha teus sinais pela estrada,
para essa nossa distância acabar.

Compreende, minha musa,
e perdoa minha pobre alma insegura,
Manda logo uma resposta,
que essa vida anda tão dura.

Quem assim, tivessa bem certo,
que ama e é certamente amado,
nesses mesmos dias invernais,
e mesmo assim encalorado.

É um homem de muita sorte,
e por mais nada no mundo estrila,
brindado pela encantadora doçura,
do amor de uma certa Priscila.


Nilo Marques de Medeiros Neto

Florianópolis
19-06-02

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