quinta-feira, maio 13, 2010

a manta da cama me livra do frio.
 só não leva o vazio, que canta na chama
do teu calor, me aninhando no cio.

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Não me culpa se tu um dia sem querer te descobrires me amando.
Eu sou a sombra do pessegueiro torto que vive embaixo desse capim.
E não tem lua certa pra eu ficar bailando no devaneio.
Tem dias que esse concerto termina no meio.

Não briga comigo que às vezes eu rimo sem querer.
Que eu descalço essas velhas chinelas pra tentar te esquecer.
Tem dias que eu não sei o que me passa e seria melhor assim,
Sempre poder lembrar do que nunca aconteceu e por isso não tem fim.

Não ralha comigo se um dia me pegar rindo,
no meio da praça sem querer, te encontrar.
Esse vai ser o maior momento desse meu personagem.
Que vive fingindo ter te esquecido.

Esse palhaço bandido vai te parecer um velho conhecido.
Brinca com ele sem medo, deixa brotar uma dor sem aviso.
Nesse dia, meu amor, finalmente o desejo reprimido,
Vai voar pelas folhas, uma borboleta azul.