quinta-feira, fevereiro 16, 2012

à mulher do futuro

minha alma velha,
meu primeiro amor,
não foi tempo perdido.

ninguém mais sentou
nessa cadeira
da nave especial.

nem viu o sol nascer dourado
numa praia deserta, na ilha
e tinha isso, lembra?
aqui do ladinho, no século XX.

e tantos "ses" se me
atravessam a medula,
que outro eu seria
se tivesses dito sim?

há o truque do final feliz
na vida real?
primeiro seremos fortes,
pra depois sermos felizes?

na impossibilidade do beijo
guardo um baú de poemas.

vejam o sol,
dessa manhã
tão cinza...

nilo neto