terça-feira, abril 06, 2004

Desacato.
É assim que eu penso nela. Um cabelo de tal brilho, um olhar com uma felinidade, umas pernas que parecem dois coqueiros balançando numa praia paradisíaca, só vendo pra crer.
Só percebo um travo de amargura nas atitudes. Algo de rebelde sem causa, sei lá. Uma postura com excesso de autonomia, quase egoísta. Não há aquela gota de submissão que dá ao espírito feminino uma doçura peculiar.
Se eu me atrevesse a falar com ela, seria por mero exercício de autocomiseração. Ora vamos, tenho espelho em casa. Mas tenho também este papel e esta caneta. Então vamos às Loas, às Odes, que uma mulher destas merece um batalhão de poetas famintos e atentos.


S. L. 6-5-94

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