sábado, dezembro 16, 2006

Eu vou sacrificar meu coração na pira do amor.
Nesse fogo sem perdão, abandonar qualquer pudor.
Vou deixar essa canção e aceitar esse calor.
Viver essa pressão, dizendo uns versos sem dor.

E nesse dia claro, enfim querer o infinito.
Deixar nesse jardim, o dito pelo não dito.
Sabendo que está presente o dia do aflito.
Dispensar o silêncio, ouvindo o apito.

Pessoa hiper criativa, tem resposta pronta.
Sabendo do segredo, não faz muita conta.
Parece que é tranquila, mas tem vez que apronta.
Diante da injustiça, não aguenta e afronta.

domingo, novembro 19, 2006

Já não desejo mais pular aquele muro.
Já me sinto satisfeito de ouvir o mesmo velho blues.
Fico feliz em comer a tradicional salada.
Pegar o mesmo ônibus, que para no velho ponto.
Estou satisfeito em saber que nada mudou.
Vai chegando o natal e o papai noel vai dizer hou hou hou.
Então porque será que me incomoda
Tu não atenderes o telefone
Num domingo chuvoso como esse?

quarta-feira, setembro 06, 2006

tu és o gato, eu sou o peixe no aquário
eu sou o analfabeto, tu és o dicionário
eu sou o garfo, tu és a sopa
eu sou o carro velho, tu és a cera e a estopa
tu és a floresta, eu sou o turista estrangeiro
tu és as flores, eu sou jornal velho no banheiro
eu sou a manta de lã, tu és pleno verão
eu sou os que nunca serão, tu és os que deverão
tu és o jô , eu não sou do sexteto
tu és vegetariana , eu sou o espeto
tu és a orquestra sinfônica, eu sou o surdo mudo
eu não sou nada, tu estás com tudo

quinta-feira, agosto 31, 2006

pé ó pé, ante pé,
parece fácil mas não é.
Sustentar e caminhar,
responder e dançar.
Se cair e te ferir,
pé ó pé ante pé,
não percas a fé.
Pois a lição que me ensina,
querido pé de bailarina,
é começar tudo de novo,
para os aplausos do povo.
para o pezinho ferido da Sueli
Repousa-te quieta nos campos do silêncio

e derrama sobre a terra mais um impronunciável segredo.

Sempre que esta luz estremecer meu medo,

culpo-te por seres sem saber sê-lo,

grande amor que foge entre meus dedos.

terça-feira, agosto 29, 2006

É pena que por trás desse lindo olhar,
Olhar que antecede a chuva,
Olhar que mergulha a gente numa saudade
De gente que a gente nunca viu,
Olhar que responde mil dúvidas
Que a gente não sabia que tinha,
Olhar que mostra o caminho
No mapa do país chamado amor,
É pena que por trás dele
More uma mulher malvada,
Que deixa a gente a sonhar,
Porque não resta
mais nada mesmo nessa vida,
Depois de mergulhar nesse olhar.

domingo, agosto 27, 2006

(momento sertanejo pagodão)

será que vai chegar o dia
que não vai ter mais nada pra dizer
será que eu vou ser mais um
conseguir enfim te esquecer

levar a vida numa boa
sem tua alegria pra me embalar
saber que tudo vale a pena
encontra alguém para amar

olhar pro passado e ver
esses dias de sofrimento
como parte de uma estrada
que trouxe grande crescimento

carregar essa lembrança
não está sendo fácil não
parece que estar sozinho
está afundando meu coração

tudo parecia simples
não havia vaidade
só restamos agora
eu e essa tremenda saudade

quinta-feira, agosto 17, 2006

Um dia sem te ver é um dia perdido.
Porque tu és a luz da vida lá fora que atravessa minha veneziana quebrada.
Porque tuas palavras constróem o ninho que todo dia precisa ser refeito.
Porque saber como foi teu dia me conforta e anima para os próximos.
Um dia sem te ver é um dia jogado fora.
E o dia de te rever é o que vale por todos os outros longe de ti.

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Um dia longe de ti é como o dia em que a flor não recebe a visita do passarinho.
O guarda não dá nenhuma multa.
A freira não comete nenhum pecado.
O pescador não vê nenhum peixe pulando fora da água.
A mãe não beija seu filho.
O hacker não invade nenhum site.
O poeta não encontra nenhuma palavra pra falar do amor.
É um dia sem graça, sem dança, sem liberdade, sem ar.

quarta-feira, junho 21, 2006

Uma vaga pra estacionar,
na tua sala de estar.
Chá com bolacha,
torcida uniformizada,
gente amiga reunida,
pérolas de otimismo,
tanta criança sorrindo,
um dia te surpreendo
com minhas boas intenções.

Por enquanto fica
sabendo
que
ganhar dinheiro
com poesia,
é coisa de iluminado.
O resto segue assim assado.
Vinícius à parte,
Homens são de marte
e eu não entendo nada
de guerra.