domingo, janeiro 13, 2008

credo em cruz
vida besta, mal dividida
tem dias que tô coberto de ouro
em outros, só vejo ferida
não precisa se importar com a minha dor. ela é mesquinha, mentirosa, feito sujeira de umbigo.

e esse lugar aqui não é de verdade. aqui é o verdadeiro labirinto de espelhos. todos se vêem. ninguém vê o que realmente está escrito nas paredes por detrás.

se está escrito alguma coisa... se são apenas garatujas incompreensíveis da criança louca...

não precisa se preocupar com o poeta. olha pra tua dor, escrita no ar com a fumaça da vaidade dele. ou pro teu prazer, feito de sementes de abóbora escondidas nos quintais.

miríades de estrelas soluçantes, numa tarde sem sol de verão.

gato mordendo a cabeça do peixe.

bandeira de qualquer país murcha no mastro.

todos os gols que o avaí perdeu no último minuto.

a estranha morte do único poeta interessante dos trópicos ateus.

sábado, janeiro 12, 2008

essa gestalt eternamente aberta
no meu peito ferida, sangra, certa
mar de toda solidão e vento
digerindo um mesmo sentimento
que vem e vai e vem e vai
não tem paz, não sorri e sai
cada dia é impossível de acreditar
mas tudo voltará ao seu lugar?