domingo, maio 27, 2007

Me tens sob teu jugo, és a rainha das minhas palavras vãs,
Sob teu olhar atento, divago, pássaro que voa nas manhãs
O que haveríamos de desejar, nesses dias repletos de esperança,
Mas sem a concretude dos sonhos realizados,
No parque, sozinha, brinca a criança.

Sabedoria de velhos amantes,
amigos que sabem ouvir e calar,
Tu me entregas o que tens de melhor,
castelo no lago amar.

Eu finjo que esqueço teus pequenos defeitos.
Eu fico pensando do que o amor é feito.
Eu te carrego comigo pelos bares da cidade.
Eu espero que compreendas essa imensa saudade.

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Meu amor, eu te procuro nesse mar de palavras e significados.
Tentando te fazer real,
nessa imensidão de informações que deixamos pelo caminho.
E de tantos desencontros permanece uma luz muito própria,
teu significado, tua entrega.

Não sabes como é viver sob a égide de não ter meios claros,
pra te trazer ao meu lado.
Não que eu ache tudo perfeito e acabado.
Conviver é sempre um desafio.
Mas estar ao teu lado seria muito mais fácil
suportar as agruras da vida.

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Eu queria saber porque tu provocas tanta coisa em mim.
Que eu fico aqui ecoando as tuas palavras.
Que tu dizes que queres dormir comigo
E ouvir o meu bom dia.
Tu sabes que essa é a extrema intimidade,
Estar entregue e frágil a quem está ao lado.
As tuas propostas são tão intensas e tu és tão bonita.
Uma combinação explosiva.

Me tens sob teu jugo, como dizia,
Mas vou tratar de me libertar,
Pelo bem de todos nós,
Mentirosa mulher que tanto amei.
diálogos sagrados, feitos de pó,
ali naquele espelho estou só,
não cabe vírgula nessa caminhada.

A flor do inconsciente que beija sua pétala no presente,
a lucidez do bêbado louco, que lapida sua verdade interior,
a preocupação com a pureza da criança,
que aceita a estranheza do mundo sem perguntar porque,
sinto imensamente a tua falta pra me ensinar novos mundos.

quarta-feira, maio 23, 2007

Amor à Distância

Sobretudo nos dias que a luz é fraca,
Abre-se ao olhar a delicadeza dos pequenos gestos,
Os silêncios que derramas desprevenida,
Diante da minha vontade, cheia de segredos,
E ficamos assim os dois a esperar pela felicidade,
Até que ela surge e fixa nas retinas,
A sua doce esperança vã.

Tu és a mensageira dessa outra liberdade,
Construída no cotidiano virtual,
Onde deposito o eu fabricado,
Por palavras e imagens escolhidas a dedo,
Pra não ser impactante demais
Nem deixar de ser percebida.

É um castelo feito de afirmativas puras,
Ali vivemos nosso idílio sem tropeços,
Tu, quando me contas das tuas dores,
Eu, quando me esqueço de ser ranzinza,
Até que um dia deixaremos de diferenciar,
O que é real, do que não nos pertence.

Por enquanto, conta comigo nesse espaço,
Pra te satisfazer os desejos e pudores.
Quem sabe um dia possamos nos conhecer.
E habitar outros lugares e sombras.
Finalmente plenos e carregados de luz.

terça-feira, maio 22, 2007

Eu sou o guardião das impossibilidades.
O santo padroeiro das frases feitas.
Mantenedor da instituição fantasma do trem (doido sô).
Band leader cover-flor mutante technicolor.
Krig-rá bandolo.
Para todo sempre, amém, amém, amém.

Eu sou o tipinho inútil que te ama.
O velho ranzinza que não desencana.
A rima de pé-quebrado que insiste em andar por aí.
Tudo o que não combina nessa casa.
O gosto confuso da manhã que nunca vem.
O hermetismo biográfico registrado com fogo na pedra.

E se nada aqui te for útil, flor hidropônica,
se nada te der frisson sináptica,
eu mesmo assim gozarei outra vez dessa tentativa descartável
de me fazer feliz no cercadinho das tuas atenções,
longe do mundo cru-el, jor-el, do superman, bush, fuck you.
Thank you, thank you, thank you.