domingo, julho 27, 2008

o homem é verso,
submerso no estrago.

e o trago,
eu levo no canto escondido
do abrigo.

nada está perdido.
subversão.

o amor é diversão.
entrada secreta
do labirinto.

nem tudo
eu sinto.
escreva você.

me basta esquecer.

quinta-feira, julho 17, 2008

rara mente

as minhas amantes,

são fontes
inconstantes,
de prazeres distantes.

elas são inexistentes.
incapazes
de delícias arfantes,
antes.

galopes errantes,
por terras
e mentes,
as minhas amantes

são tão importantes,
que loucas sementes,
me fazem semear
em todos
os quadrantes.

secam-me as fontes.
desejo entre pontes.
as minhas amantes
alimentam levantes
no quartel de abrantes.

e fossem tão quentes,
deixassem os montes
floridos enfim,

suas lembranças
serão sempre
marcantes,

sonhando com elas
eu quero meu fim.

sábado, julho 05, 2008

Misteriosa Mulher que tanto amei

I

já não publico mais
teus magros ardis,
na folha da minha perdição.

eu e minha gota que falta,
pro desfecho da festa, por favor,
deixa em paz os passarinhos,
deixa em paz a mim,
que sou um pote
até aqui de mágoa.

decantado sofrimento,
construído com solas gastas,
de andar a esmo pela ilha.

mais a montanha de agulhas,
espetadas no teu nome,
nas paredes cobertas
de recados inúteis,
lá no sul de tudo.

II

vudu.
vácuo.
vacuum.

vai...

III

No fundo não passas
de uma menininha do interior,
jogando com tuas arminhas
tão frágeis.

no centro e na cidade
é tudo uns bocó.

Teu ego esmigalhado,
sempre precisando
de manutenção,
pobre menina:
cega, surda e muda.

não estaciona
no meu portão,
que eu vou entrar
com meu mavericão.


IV

era muito mais fácil
nunca ter abrido a porta,
não ter dado bola
pro vento sul,
não provar da tainha.

não deixar
a pomboca acesa.

terça-feira, julho 01, 2008

eu nasci assim...

que delícia te ouvir
eu te bebi pelo telefone
goles pequenos,
como um licor de romã

eu nunca tive quem
me enchesse
de palavras
plenas de vento

quem me desse linha
pra brilhar perto
das nuvens branquinhas
de maio

nuvens equatoriais,
como flores
no algodoeiro

vai ver
que eu sou
exigente demais

que sempre fico olhando pro guarda
e acabo atropelado

mas agora
que chegou
a banda larga,
tu me pescasses
nesse oceano de palavras,
e deixasses
eu te beber e gozar.

eu quero ser sempre teu.