Eu queria compartilhar contigo
as graças do silêncio
e a qualquer momento,
ouvir tua gargalhada,
remédio para a minha
profunda solidão.
Quero estar sempre na hora certa
e no lugar certo do teu coração.
Mente astuta, corpo reto,
respirar somente o necessário
e descobrir esse infinito abcdário
de que são feitas as tuas emoções,
mil milhões de novíssimas canções.
Transgredida a função precípua do medo:
manter vivo o organismo pensante,
de agora em diante fica decretado,
não há mais nenhum lugar sagrado,
a não ser estar ao teu lado.
Saber-te viva, o grande milagre,
próxima e acessível, o segundo.
E se, num futuro qualquer,
estivermos juntos e misturados,
sermos símbolos da paz no ar,
para quem quiser olhar
e souber voar.
Floripa, 19/07/14
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