não pude te dar um mundo,
que não me quis, não me viu.
fui amargo, egoísta, sensível demais.
que nunca ouvirei.
esse vazio que ninguém preenche,
vou saturando com as lágrimas
que não choro mais.
querido filho.
te deixo um punhado de palavras.
testemunhas de um caminho seco.
sem sucesso, sem felicidade, sem paz.
apenas a boquiaberta perplexidade
dos loucos solitários,
desistidos, suicidados.
mas não peço teu perdão,
só o silêncio cheio de ecos,
das muitas gerações que não virão.
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