quinta-feira, maio 13, 2010

a manta da cama me livra do frio.
 só não leva o vazio, que canta na chama
do teu calor, me aninhando no cio.

---------------------



Não me culpa se tu um dia sem querer te descobrires me amando.
Eu sou a sombra do pessegueiro torto que vive embaixo desse capim.
E não tem lua certa pra eu ficar bailando no devaneio.
Tem dias que esse concerto termina no meio.

Não briga comigo que às vezes eu rimo sem querer.
Que eu descalço essas velhas chinelas pra tentar te esquecer.
Tem dias que eu não sei o que me passa e seria melhor assim,
Sempre poder lembrar do que nunca aconteceu e por isso não tem fim.

Não ralha comigo se um dia me pegar rindo,
no meio da praça sem querer, te encontrar.
Esse vai ser o maior momento desse meu personagem.
Que vive fingindo ter te esquecido.

Esse palhaço bandido vai te parecer um velho conhecido.
Brinca com ele sem medo, deixa brotar uma dor sem aviso.
Nesse dia, meu amor, finalmente o desejo reprimido,
Vai voar pelas folhas, uma borboleta azul.

2 comentários:

Geraldo Brito (Dado) disse...

Lindo.
Saudações e parabéns pelo blog!

Nilo Neto disse...

Acordei e te li.
Te mostras, outra vez.
Abres de novo a carapaça que esconde, não pra mim, as delicadezas das imagens da ternura, da imaginação e até da surpresa ainda, com as cores todas da vida.
É muito bom te ver contente, escrevendo, anotando, mesmo que os verbos usados não estejam vestindo as roupas certas, mesmo assim, a gente sabe onde o poeta quer chegar. Aumentas um pouquinho o nosso esforço para estar junto à tua velocidade de pensamento, que não se faz tão rápida assim...
Beijos do teu pai, que admira e agradece a tua poesia, e não é de agora... nilofilho


A palavra inglesa caterpillar, é injusta com a lagarta. Por razões que a propaganda explica, caterpillar é mesmo uma máquina grande, dura, barulhenta e bruta, tudo o que a nossa lagarta nega. nf