segunda-feira, março 09, 2009

Só quando fosse possível derramar esse pote cheio

Esse que carrega as águas que vem da chuva

De tantos anos no alpendre da casa

Já se vê a marca na madeira seca.

Estará sempre lá


E quebrado o costume de tantas gerações

Eu poderia te pedir sinceramente

Pra nunca mais te ver porque vou cansado


De sofrer longe e perto dos teus braços

Do teu olhar complacente e agora sabemos

Sinceramente preguiçoso.

Tudo poderia recomeçar,

Mas ainda assim seríamos os mesmos.

Portanto partir com algum senso de beleza

E a posse de alguma dignidade sã

Que nossa loucura anda cansada dos nossos pés


Bom acordar longe dessa tua cama

Coberta de panos coloridos,

Que eu nunca vi, mas já sonhei tantas milhares de vezes.


Só pode ser a tua, compreendes, teu olhar...


Não esconde mais nada


Nilo Neto

Um comentário:

Gabriela Galvão disse...

Embelezou minha manhã (e falou de mim e comigo).