Só quando fosse possível derramar esse pote cheio
Esse que carrega as águas que vem da chuva
De tantos anos no alpendre da casa
Já se vê a marca na madeira seca.
Estará sempre lá
E quebrado o costume de tantas gerações
Eu poderia te pedir sinceramente
Pra nunca mais te ver porque vou cansado
De sofrer longe e perto dos teus braços
Do teu olhar complacente e agora sabemos
Sinceramente preguiçoso.
Tudo poderia recomeçar,
Mas ainda assim seríamos os mesmos.
Portanto partir com algum senso de beleza
E a posse de alguma dignidade sã
Que nossa loucura anda cansada dos nossos pés
Bom acordar longe dessa tua cama
Coberta de panos coloridos,
Que eu nunca vi, mas já sonhei tantas milhares de vezes.
Só pode ser a tua, compreendes, teu olhar...
Não esconde mais nada
Nilo Neto
Um comentário:
Embelezou minha manhã (e falou de mim e comigo).
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