terça-feira, setembro 23, 2008

sobrevivo, porque minha faina
é um ardil contra a certeza
dos que não se conseguem perceber
fazendo parte de nada.

e assim,
nesse auto imposto exílio,
permanecem ancorados
em pequenos delírios de encontros,
a beira de um poço seco,
aonde não se atiram mais desejos

sobrevivo por conta do desacordo
que estremece as pontes
entre a cidade morta
e o continente dos ventos vadios

sei que ainda respiro
quando me cobre o olhar uma asa partida,
alma cansada que como a minha
está mirando mas não vê o horizonte.

não, não cairei pela milésima vez
dessas falésias, na escuridão.
somente fixarei minha lança
no mais alto monte do segredo
e tudo permanecerá tão pálido
quanto sempre.

Um comentário:

Gabriela Galvão disse...

Ca-ráleo!

Valdemarzinho, c soh tah fazendo afiar, valha-me deus!!!! e o diabo, naturalmente...