sábado, abril 23, 2016
constelação familiar sistêmica
pisem com pés de algodão,
minhas palavras vãs,
pelo papel vadio,
não queiram despertar meu pai,
que dorme, sem pesar,
no sofá ao lado.
ninguém tem culpa,
os segredos vão
sendo desvendados
sem ter quem por eles vele.
e a fumaça dos papiros
lentamente queimados
à luz do passado, iluminando
sem dor, sem julgamento,
os passos ininterruptos
desde os dias atuais.
velhas coincidências
deixadas de lado,
monstros cheios
de preconceito
morrendo de inanição.
tudo carrego
em mão erguidas,
olhos mirando
um horizonte blues.
obrigado ventos
sem nome
que insistem
em antecipar
a força desse anonimato.
amém, para sempre, amém.
nilo neto
bc 23-4-2016
quarta-feira, janeiro 20, 2016
Tiro certo, o final esperado,
longo caminho percorrido à toa.
ninguém ousou ficar ao teu lado,
última jóia dessa triste coroa.
sim, sou eu falando no espelho,
página em branco se enchendo de ais.
nunca fui de ouvir teu conselho,
muito menos o dos teus pobres pais.
agora dobra diante do medo,
uma vida inteira sem sentido.
carrega a sina de não ter segredo,
um gesto banal ali está contido.
vem ver, minha amiga,
estes versos de despedida,
se puder um dia faz uma cantiga,
pra deixar no mundo essa saída.
longo caminho percorrido à toa.
ninguém ousou ficar ao teu lado,
última jóia dessa triste coroa.
sim, sou eu falando no espelho,
página em branco se enchendo de ais.
nunca fui de ouvir teu conselho,
muito menos o dos teus pobres pais.
agora dobra diante do medo,
uma vida inteira sem sentido.
carrega a sina de não ter segredo,
um gesto banal ali está contido.
vem ver, minha amiga,
estes versos de despedida,
se puder um dia faz uma cantiga,
pra deixar no mundo essa saída.
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