Eu te amo de um amor caudaloso
E a vida me pede calma
Ruiu o muro que escondia
A paz, da minha alma.
Está de morte, Narciso, ferido,
A vida engoliu-lhe o grito.
Vago olhar, para sempre perdido,
Com seu fim, despertado outro mito.
Quando enfim, na terra ressecada,
A semente espalhou sua cor,
Nossa pena, enfim resgatada,
Transformou-se pela lágrima de amor.
Vai narciso, descansar de tua sina, enfim.
Vem minha flor, o tempo é perfeito.
Larguei a cruz no meio do jardim.
Minha alegria já não cabe num só peito.
Nilo Neto
FLN 7/7/04